Eu fiquei me perguntando se eu ainda sabia como postar um texto na plataforma do blog depois de tanto tempo, mas aqui estamos. Demorei mais que o usual, porque esqueci de várias coisas, mas parece que deu certo.

Começo falando que dia 11 de outubro comemorei meu primeiro aniversário sem álcool. E estou muito feliz e orgulhosa de mim por isso. Parar de beber foi um dos passos mais importantes que tomei para conseguir atingir a estabilidade do meu transtorno. A pergunta mais comum que me fazem é se eu sinto falta. E a resposta é absolutamente não. Eu só vi vantagem até agora. Estou mais saudável física e mentalmente, gasto menos dinheiro, não perco a linha porque bebi demais e, o melhor, não tenho ressaca.

Para quem pensa em parar ou reduzir o consumo de bebida alcoólica, deixo as minhas dicas. Socializar sem estar bebendo pode ser muito desconfortável, porque as pessoas perguntam o tempo inteiro o motivo ou realmente insistem em te oferecer uma dose. No entanto, percebi que cerveja sem álcool é um ótimo escudo. No início essa era a minha escolha. Mas não esqueça de beber água com a cerveja sem álcool, pois ela fermenta demais.

Sobre meu tratamento em si, eu estou no processo de reduzir meus medicamentos já que estou estável. No momento estou com 4 medicamentos e isso parece inacreditável, já que eu tive 8. Meu psiquiatra e eu estamos super otimistas com relação a esse desmame. Claro, nada é certo, mas estamos esperançosos e confiantes.

Enquanto a minha mente vai bem, meu corpo pede ajuda. Há uns 2 meses que eu comecei a sentir muitas dores nas articulações principalmente de manhã. Fui à minha médica e ela disse que poderia ser deficiência de vitamina D, afinal eu tinha histórico e não fazia um exame desde 2018. Ela pediu um exame de sangue e o resultado mostrou que, além da vitamina D baixa, eu também estava com as taxas da tireóide alteradas, indicando hipotireoidismo.

Ela me orientou a começar a vitamina D imediatamente e repetir o exame para avaliar a tireóide em 3 semanas, caso o resultado fosse o mesmo, o diagnóstico seria confirmado. E não deu outra, sofro de hipotireoidismo.

E é importante falar disso aqui porque a minha deficiência em vitamina D não é só porque estou morando num país nórdico escuro pra caramba, mas também porque o uso contínuo de medicamentos psiquiátricos dificultam a absorção de determinadas vitaminas. Eu também estou repondo vitamina b12.

O hipotireoidismo tem tudo a ver com saúde mental. No meu caso, a causa para eu ter pode ser tanto genético como por uso de lítio. Lítio é um medicamento que altera o funcionamento da tireóide causando o hipotireoidismo. E um dos sintomas do hipotireoidismo é depressão.

Sabendo disso tudo, muita coisa na minha vida fez sentido. As dores nas articulações e nos músculos, meu cabelo caindo horrores e fino que nem de neném, intestino maluco mesmo tomando repositor de flora, pele seca demais e, claro, um cansaço eterno, tudo isso é culpa do hipotireoidismo. Eu iniciei o tratamento de reposição hormonal ontem e agora esperar meu metabolismo se estabilizar. Eu juro que só quero voltar a dormir uma noite inteira sem dor.

No mais está tudo bem. Comentei com o Andre que estou impressionada que com essas taxas no meu sangue, eu não tenha ficado deprimida ou mais cansada. A minha vitamina D estava bem baixa.

Percebi, com tudo isso, a importância de ter uma mente saudável, para se ter um corpo saudável. Se eu não estivesse tão bem mentalmente nesse momento, eu poderia estar muito mais doente, porque é difícil sentir dor 24/7 e mesmo assim ter motivação para fazer as coisas, inclusive cuidar de si mesma.